10 de maior de 2020. Domingo. Dia das mães. Acordo com a seguinte mensagem no Whatsapp – que aliás não foi a primeira vez que li, ela circula há anos na rede:
“‘Respire. Você será mãe por toda a vida. Ensine as coisas importantes. As de verdade. A pular poças de água, a observar os bichinhos, a dar beijos de borboleta e abraços bem fortes. Não se esqueça desses abraços e não os negue nunca. Pode ser que daqui a alguns anos, os abraços que você sinta falta sejam aqueles que você não deu. Diga ao seus filho o quanto você o ama. Sempre que pensar nisso. Deixe ele imaginar. Imagine com ele. As paredes podem ser pintadas de novo. As coisas quebram e são substituídas Os gritos da mãe doem para sempre. Você pode lavar os pratos mais tarde. Enquanto você limpa, ele cresce. Ele não precisa de tantos brinquedos. Trabalhe menos e ame mais. E, acima de tudo, respire. Você será mãe por toda a vida. Ele será criança só uma vez.’ Autor desconhecido.”
Escrevi uma resposta:
“******, obrigada. Sei que vc compartilhou esse texto na melhor das intenções. Mas quero dizer algo. Não para você, mas para o autor desconhecido. Sabe: é pandemia. Limpar depois significa o quê? Virar a noite trabalhando depois de um dia de outros cuidados. Acho que esse texto tem algo muito violento e cruel com as mães. Como se o cuidado com o espaço da criança não fosse o cuidado com ela. Sem limpar a cozinha, não tem a próxima refeição. Sem lavar e pendurar roupa, não tem roupa para vestir. E não, não consigo fazer quando a criança dorme porque durmo junto. Porque estou exausta. Porque ela quer que eu deite com ela. E acorda de hora em hora se eu não estiver ali. Porque trabalho no que dá quando ela dorme. Ou bebo uma taça de vinho. E, geralmente, nos raros momentos que faço o segundo, é junto com o primeiro senão não rola. Não assisti um filme adulto no último ano. Não li um livro inteiro com mais de 100 páginas que não fosse sobre criança. Não vi séries. E sim, eu organizo e limpo a casa em toda brecha. Porque é o que tem. Porque não é legal para uma criança crescer no meio do caos. E nem ficar trancada em meio à sujeira. Desculpa, este texto violento porque diz que se eu não der muito mais do que dou eu vou me arrepender. E dou tudo o que tenho. E faz isto para me parabenizar no dia das mães. Eu passei a última hora negando colo para uma criança que está gritando atrás de mim exigindo o meu colo e não o do pai. Mas eu queria estar dando colo para a bebê pequena de seis meses que está febril. E o pai cuidou da pequena a noite toda enquanto a toddler me exigia e nos momentos em que eu dormia. Sim, eu durmo. Eu passei uma hora negando colo e abraços com a toddler em cima de mim. Gritando. Chorando. Implorando. Isto depois de passar outra hora com ela deitada em cima do meu corpo enquanto amamentava a neném doente. E esse texto diz, que um dia vou me arrepender de ter feito isto. O buraco é bem mais embaixo. Feliz dia das mães. Mãe de humanos mesmo, porque, como mãe de plantas e animais também, digo que não tem responsa tão grande em outras maternidades. E como ensinou uma amiga, é preciso rever esta ideia de mãe com sinônimo de cuidado e acolhimento e nula enquanto pessoa pra si, com uma existência voltada apenas para os outros.”
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