As Olimpíadas são um evento global que coloca na vitrine uma série de coisas, como as qualidades e defeitos do país e da cidade sede, as desigualdades entre potências olímpicas e os demais países, demarcando o uso geopolítico da supremacia no esporte e, por quê não, a não menos importante desigualdade de gênero.
Desde as primeiras edições dos jogos olímpicos a participação das mulheres têm crescido gradualmente, alcançando 48,8% do total de atletas na edição de 2021. Mas o crescimento no número de atletas não obscurece questões como financiamento desigual, visibilidade na mídia e objetificação das mulheres, com coberturas que mostram e/ou exaltam seus corpos perfeitos. Segundo matéria publicada no site Uol, “O relatório #RespectHerGame (respeite o jogo dela), que analisou o tratamento dado pela emissora americana NBC à primeira semana de competição, trouxe números que revelam uma corrida com obstáculos até a igualdade de fato. Atletas femininas têm dez vezes mais chances de serem retratadas em ângulos que as objetificam —como closes em partes do corpo— e sete vezes mais probabilidade de serem mencionadas por um diminutivo de gênero —”menina”, por exemplo.” Ou seja, o caminho a ser trilhado ainda é longo.
A temperatura da questão no Brasil é mais alta porque ainda temos de colocar na equação a misoginia do governo Bolsonaro e o desmonte de todas as políticas sociais que tem sido uma constante.
Para uma discussão politizada da questão da participação das mulheres nos Jogos Olímpicos, ouça o episódio Olímpiadas no Podcast Mulheres Públicas.
https://open.spotify.com/episode/4N0vbU4ii9bEJYutbjgqaZ
Para um balanço da participação das mulheres nas Olimpíadas, vale a matéria da Folha, publica no site UOL.