Uma comunidade pequena que foi pega pelas incertezas do vírus. Com as atividades de turismo, vitais para a sobrevivência da comunidade, inicialmente suspensas, o cenário foi modificando-se aos poucos: as estradas dos finais de semana mais vazias, os moradores se adaptando às novas regras de convivência, as mães preocupadas com os filhos em casa, as crianças e jovens lidando de formas diferentes com o incrementado tempo de ócio . Inclusive para alguns, mais tempo para montar a cavalo, ou trabalhar com animais: o rural tem suas vantagens! Talvez o fato de estar um tanto afastado dos grandes centros urbanos ofereceu para certas pessoas, um primeiro sentimento de proteção, dissipado com a passagem dos meses e a aproximação de ‘casos’. Aliás, é uma pandemia que coincide com severa estiagem, e que os moradores do rural vivenciam de maneira diferente do que residentes de locais urbanos, pois sentem os sinais visíveis (e invisíveis) na pele: pastos secando, poças evaporando, a poeira que voa com fúria com apenas um pouco de vento ou a passagem de veículos pelas estradas de chão. Um inverno em fortes tons de marrom e amarelo. Será que a voz da mãe natureza, que nos fala, que nos diz que o cuidado do planeta e de todos os seres vivos da terra precisa ser realmente posto em prática, será ouvida? Ah, vida que segue!