Hoje acordamos antes das seis da manhã. Sim, em pleno domingo, antes das seis da manhã. Aqui perto de casa tem uma praça com um parquinho que está sempre vazia. “Quem dirá em um domingo às 07h…. Vamos lá brincar e fazer um piquenique!”, pensamos.

A menina de três anos se encheu de ansiedade e alegria. Ela ajudou a preparar crepiocas com mel. E esperou enquanto os adultos trocavam a fralda da neném, preparavam o resto da comida, lavavam as frutas, trocavam a fralda de novo, faziam café, pegavam toalha, paninhos, álcool. E bóra colocar tudo no carrinho, colocar máscara, arrumar o cachorro, pegar o patinete, se despedir da gata. Ufa! Mais de uma hora se foi no preparo e agora é sair.

Apenas uns 400m de ciclovia nos separavam da praça. Chegamos na frente de casa e a ciclovia estava movimentada. A grande maioria das pessoas correndo, pedalando, caminhando, passeando com o cachorro, sem máscara. Domingo, 07:20 da manhã. Pessoas passando a 50 cm uma da outra, parando lado a lado para atravessar a rua, sem máscaras.

Não fomos à praça, por segurança. Martina não teve seu piquenique lá, mas no quintal de casa, de novo. Não brincou no escorregador. Não andou de patinete. Não correu solta no gramado grande. Desabou de chorar frustrada porque não pôde sair (de novo) porque adultos se negam a usar máscaras em espaços compartilhados onde ficam próximos a outras pessoas.

“NÃO ME OLHE SEM MÁSCARA”, gritaca a pequena para quem a olhava sem máscara, do outro lado do rio.

Use máscara porque a cidade não é só sua.

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